PUENTE ALTO, Chile – O Almaviva quase dispensa apresentações.  Presença obrigatória em todas as listas de melhores cabernet sauvignon chilenos, o tinto nasceu da joint venture entre o grupo francês Baron Philippe de Rothschild (leia-se Château Mouton Rothschild, um dos premier cru de Bordeaux), e a Concha y Toro, o maior grupo vinícola chileno. O
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PUENTE ALTO, Chile – O Almaviva quase dispensa apresentações. 

Presença obrigatória em todas as listas de melhores cabernet sauvignon chilenos, o tinto nasceu da joint venture entre o grupo francês Baron Philippe de Rothschild (leia-se Château Mouton Rothschild, um dos premier cru de Bordeaux), e a Concha y Toro, o maior grupo vinícola chileno.

O Almaviva foi o primeiro rótulo estrangeiro a ser comercializado na Place de Bordeaux, o espaço virtual onde os negociants franceses vendem seus grandes vinhos, ainda na safra de 1998. Sua vinícola aqui em Puente Alto, pertinho de Santiago, ganhou prêmios por um projeto arquitetônico que interage com a paisagem.

Com tanta referência, a vinícola merecia um enoturismo à altura. Desde sua inauguração no ano 2000 até ser fechada pela pandemia do coronavírus, a Viña Almaviva recebia grupos para degustações agendadas. E os turistas que passavam por lá podiam comprar o Epu, tinto que nasceu inspirado no conceito bordalês de ter um segundo vinho, elaborado com uvas de vinhedos mais jovens.

O foco no enoturismo chegou com força apenas recentemente, mas chegou chegando. 

Foi incluído no plano de ampliação da vinícola, cujas obras foram concluídas no final do ano passado, e ganhou seu formato definitivo agora no segundo semestre. 

São três tours, feitos sob medida para o apreciador deste vinho. O primeiro prevê a degustação do Almaviva 2020 e do Epu 2019 por US$ 125. No segundo, por US$ 190, é possível degustar duas safras, a de 2019 e a de 2020, além do Epu 2019. E o tour vertical, por US$ 275, traz as safras 2019, 2020 e 2021 deste vinho ícone e, também, a safra 2019 do Epu.

Além da degustação, o atrativo é conhecer a vinícola, famosa pelo seu telhado ondulado e integrado com a paisagem da Cordilheira dos Andes, não muito distante dali.

À primeira vista, a reforma manteve toda a estrutura do prédio, mas na verdade um segundo telhado foi sobreposto ao anterior, mantendo o seu desenho característico para permitir a ampliação. 

A visita começa surpreendente.

Depois de passar pelas salas de barrica, o turista é convidado a seguir por uma porta de madeira, quase imperceptível em um enorme corredor, que leva para o mundo do enoturismo.

Em um novo piso subterrâneo, há um espaço todo dedicado a narrar a saga do Almaviva. Começa com um filme de poucos minutos sobre o vinho, exibido em uma pequena sala com cadeiras antigas de cinemas chilenos.

Em seguida, o turista é convidado a seguir pelas diversas instalações, com recursos audiovisuais que explicam a elaboração do vinho. No final, há uma enorme adega, com as safras em destaque, e o turista volta à superfície em um elevador panorâmico que revela as várias camadas de terra que formam o terroir de Puente Alto.

Mas não é apenas a necessidade de focar no enoturismo que motivou a reforma. Do lado técnico, o enólogo francês Michel Friou ganhou mais espaço e mais barricas de carvalho. Era um antigo pleito dele, para conseguir envelhecer mais lentamente os dois tintos, tanto o Almaviva como o Epu, que ganhou novo rótulo com design que remete ao vinho principal.

Um exemplo é o Almaviva 2022, apresentado no início deste mês no Brasil e com previsão de chegar ao mercado apenas em meados do ano que vem, ainda sem preço definido – a safra de 2020, por exemplo, é vendida por R$ 3.490 na World Wine. O tinto é elaborado com cabernet sauvignon (responsável por 72% do blend) e carménère (23%). Cabernet franc (com 4%) e petit verdot (com 1%) complementam o blend. O tinto amadurece por 20 meses em barricas de carvalho, 70% delas, novas.

Na prova no Brasil, o tinto se mostrou ainda muito jovem, pedindo tempo em garrafa. E como as diferenças estão nos detalhes, se mostra um vinho com frutas e potência um pouco acima da percebida em 2021.

“Este é um ano um pouco mais quente do que 2021,” explica Friou. E o calor, no momento de amadurecer a uva, faz a diferença, resultando em um tinto mais exuberante e com boas notas dos críticos internacionais – em uma escala de até 100 pontos, recebeu 96 de Matthew Luczy, para a The Wine Advocate, e 99 de James Suckling.

 

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