Deus me livre de mulher que resolve criar os filhos e tocar empresa ao mesmo tempo. Essas malucas mudam a “ordem natural das coisas” e aceleram a marcha da História. (Não gosto.) Deus me livre de suas filhas, jacobinas assanhadas, que bebem no exemplo das mães para sonhar mais alto que o bordado e o
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Deus me livre de mulher que resolve criar os filhos e tocar empresa ao mesmo tempo. Essas malucas mudam a “ordem natural das coisas” e aceleram a marcha da História. (Não gosto.)

Deus me livre de suas filhas, jacobinas assanhadas, que bebem no exemplo das mães para sonhar mais alto que o bordado e o fogão. Essas meninas da Faria Lima – matadoras em tailleur –insistem em sair das áreas de suporte e ir para as áreas de negócio do banco. (Por que elas fazem tanta questão?)

Deus me livre dos namorados e maridos que jogam junto, esses que são compreensivos e não invejosos.  Deus me livre daqueles que não sentem seu falo diminuído pelo sucesso da companheira. (Estes me fazem sentir um homem pequeno… um micro homem.)

Deus me livre dos chefes – ingênuos! – que promovem mulheres por não suspeitarem de seus úteros potentes, e Deus me livre dessas empresas com esse tal “olhar feminino”.  (Não entendo como isso funciona.)

Vovô já dizia: “O melhor uso da energia feminina é no lar e na família.” 

Agora, pensando bem…

Deus me livre do teto de vidro e da discriminação discreta – ainda mais venenosa do que a explícita. 

Deus me livre do Clube do Bolinha, de quem tem medo de uma saia, e de quem corta a mulher quando ela está falando.

Deus me livre dos homens que tiveram um século para aprender – e não aprenderam porcaria nenhuma.  Mas, Senhor, me livre ainda mais dos que já entenderam tudo perfeitamente – mas fariam de tudo pra nos levar para trás.

“Deus me livre de mulher CEO” porque elas podem, um dia – quando menos se espera – tomar o meu lugar.

E elas já começaram. Comendo pelas beiradas, batendo o pé no chão, esmurrando a porta pra entrar, elas criaram o mundo do cartão roxo de Cristina Junqueira, dos chocolates ao leite de Renata Vichi, dos sapatos poderosos de Luciana Wodzik. O mundo do carnezinho gostoso de Luiza Helena, dos shoppings ultra high de Cristina Betts, dos releases de Taci Veloso, das faculdades de Paula Harraca. O mundo do sistema operacional de Tania Cosentino.

Mas um dia, este mundo será ainda melhor – e nele, não precisaremos explicar que a terra é redonda. O óbvio não precisará mais ser dito.

E obrigado, meu Deus, pelo chacoalhão — por nos enviar este alerta de que o caminho ainda será mais longo do que imaginávamos. But… We. Can. Do. It.

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